quarta-feira, 6 de julho de 2011

Educação de Jovens e Adultos: uma proposta a ser valorizada e partilhada por todos.



Educação de Jovens e Adultos no Brasil apresenta uma trajetória em crescimento, já que as esferas estaduais e municipais estão concebendo esta ação como meta prioritária para suprir as deficiências que estes alunos sofrem sem participar do processo educacional em idade própria.
Sabemos que a educação é um direito de todos, sem nenhum tipo de exceção assim como está posto na Constituição Federal de 1988; “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família...” (Artigo 205) e ainda, ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta, garantida para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Artigo 208).
Em conformidade com a Constituição, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece que “o dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de ensino, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria” (Artigo 4).
O artigo 37 da à citada lei, refere-se à educação de jovens e adultos determinando que “a educação de jovens e adultos será destinadas àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. No inciso 1º, deixa claro a intenção de assegurar educação gratuita e de qualidade a esse segmento da população, respeitando a diversidade que nele se apresenta.
As políticas públicas nesta modalidade de ensino servem de base para garantir a oferta de mecanismos de acesso, permanência e sucesso no que dia respeito à educação formal. Em contrapartida existem análises e estudos que revelam que a educação de jovens e adultos no Brasil tem caráter discriminatório e assistencialista, como é enfatizado abaixo:
A visão do analfabeto como um indivíduo alienado, incapaz, ignorante, a margem das decisões da sociedade e do poder construída ao longo da nossa história, continua influenciando a maneira pela qual os poderes públicos tratam a questão da educação de jovens e adultos, sua inclusão na sociedade e inserção no mundo do trabalho. São várias investidas em campanhas e programas que não tiveram êxito pelo seu caráter emergencial, e na maioria das vezes assistencialista (SANTOS, 2009, p. 1).

São inúmeros desafios que a modalidade de ensino de jovens e adultos vivencia. Mas, com muito esforço e dedicação por parte daqueles que abraçaram esta causa, é possível alcançar bons resultados que servem de exemplos a serem seguidos para propagar o verdadeiro objetivo da EJA. Dentre os desafios encontrados na Educação de Jovens e Adultos podemos mencionar que:

O desafio imposto para a EJA na atualidade se constitui em reconhecer o direito do jovem/adulto de ser sujeito; mudar radicalmente a maneira como a EJA é concebida e praticada; busca novas metodologias, considerando os interesse dos jovens e adultos; pensar novas formas de EJA articuladas com o mundo do trabalho; investir seriamente na formação de educadores; e renovar o currículo – interdisciplinar e transversal, entre outras ações, de forma que esta passe a constituir um direito, e não um favor prestado em função da disposição dos governos, da sociedade ou dos empresários (SANTOS, 2009, p.3).

Educar nesta perspectiva eleva a todos a pensarem e agirem na lógica de uma
educação que vise a transformação, rompendo assim com a alienação das divisões de classe. Com isso, precisamos conceber que os sujeitos da EJA são seres pensantes, questionadores, experientes com a vivência de mundo e assim podem e devem contribuir com as questões problematizadora que circundam em nosso país.
Precisamos romper com o silêncio, com a passividade e com a falta de mobilização. Necessário se faz traçar um plano de ação direcionado para ensinar valores e conhecimentos pertinentes a nossa realidade. Sendo assim, traçaremos caminhos bem planejados que elevem a auto-estima do aluno e sua compreensão global, a fim de entender que é um cidadão digno de direitos e deveres que devem ser garantido.

Sabe-se que educar é muito mais que reunir pessoas numa sala de aula e transmitirlhes um conteúdo pronto. É papel do professor, especialmente do professor, que atua na EJA, compreender melhor o aluno e sua realidade diária. Enfim, é acreditar nas possibilidades do ser humano, buscando seu crescimento pessoal e profissional (LOPES; SOUSA. 2000, p.2).

Pensando desta maneira, vemos a possibilidade de o educador utilizar em seu planejamento didático ações articuladas com as mídias educacionais para favorecer um melhor entendimento do que seja de fato e de direito o ato de ser cidadão.

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